Viajando com criança pequena (para longe)

09/03/2018

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O incrível Golfo di Orosei, na Sardenha ( clique aqui )
Colmar e outras jóias na charmosa Rota do Vinho, Alsácia (França) ( clique aqui )

Viajar com criança pequena? Para longe?

Nem pensar! É só dor de cabeça, preocupação e você não aproveita nada. Melhor pegar o carro e passar um final de semana aqui do lado, no Guarujá.

Ts ts ts....errado!

Dá sim para viajar para longe com criança pequena...e ainda por cima, aproveitar a viagem! Claro que dá!

Claro também que a viagem será diferente daquelas que você costumava fazer quando ainda não tinha filhos, mas tê-los junto em uma viagem, mesmo que sejam ainda muito pequenos, é um prazer que compensa eventuais atividades que terão de ser deixadas de lado dessa vez.

Em 2017 eu e a Adriana viajamos à Europa com nosso pequeno Henry, na ocasião com 1 ano e meio de idade. Mal tinha começado a andar e isso, claro, se tornou uma preocupação a mais (sim, confesso, ficamos receosos no começo, quando iniciamos os planejamentos). Mas tomamos coragem e decidimos que valia a pena, tomando-se obviamente alguns cuidados antes e durante a viagem.

E esta experiência gostaria de compartilhar com vocês, especialmente com aqueles que se encontram em situação semelhante e estão hesitando em viajar. Vá sem medo! Nossa viagem foi um sucesso, tanto que agora, em abril, vamos de novo, desta vez para a Holanda.

A viagem do ano passado foi para a Alemanha e Itália....20 e poucos dias...teve contratempos? Sim, claro....mas a maioria deles sem culpa alguma do Henrizinho, que se comportou muito bem. E vamos combinar, contratemos sempre fazem parte das viagens, não é? 

Seguem abaixo algumas dicas importantes baseadas em nossa experiência. Claro que você não precisa fazer tudo igual (se quiser também, faça tudo ao contrário, vai dar certo da mesma forma...kkk), mas talvez algumas das dicas lhe sirvam.

1) Planejamento

Grande parte do sucesso desta viagem com seu pequeno (ou sua pequena) dependerá de um bom planejamento. Comece cedo, com boa antecedência. Isso é bom porque permite fazer tudo com calma e maior precisão, e também porque, assim, você já estará "viajando" muito antes de embarcar...pesquise, pergunte, fale com amigos, leia revistas, blogs, fale com seu Agente de Viagens. Tem um post meu aqui no blog falando disso, confira aqui .

Lembre-se: criança pequena não tem muitas vontades próprias, ainda mais em se tratando de destino...e não vai se lembrar de muita coisa...portanto, nada de levá-los à Disney nessa idade. Não vão aproveitar nada! Escolha o destino de sua preferência e depois adapte algumas coisas em função da criança. Mas jamais escolha o destino apenas por causa dela.

No nosso caso, queríamos a Europa, as montanhas...e foi o que fizemos. O Henry ia preferir outro lugar? Não sei, sinceramente acho que não iria fazer diferença para ele. Mas há, claro, fatores que devem ser considerados: você não vai levar a criança para o Alasca no inverno, vai? Ou ao deserto no verão! Um pouco de bom-senso, né? rssss

2) Preparação

Depois de decidido o destino, período e datas, começa a preparação. E nesta fase, sempre falando agora da criança pequena, você estará cuidando de detalhes como vestuário, remédios (informe a pediatra com antecedência e peça dicas a ela), brinquedos e etc...não esqueça, claro, dos documentos. E importante: de um bom seguro de viagem com cobertura para atendimento médico.

Malas prontas? Vamos viajar!

3) O avião

Bom, aqui tem que ter muita atenção. Planeje muito bem sua escolha. 

Prefira sempre os voos diretos, sem escalas e/ou conexões. Fazer conexão com criança no colo pode ser bem cansativo, para você e para ela (no nosso caso, tivemos de fazer, não havia voo direto para a Innsbruck, onde escolhemos começar a viagem).

Além disso, muitas crianças pequenas sofrem com a pressão no ouvido na hora do pouso e da decolagem, e quanto menos pousos e decolagens no seu trajeto, melhor! E prefira voos noturnos, sempre.

Crianças até 2 anos pagam apenas 10% da tarifa internacional, e viajam no colo (e dormem em bercinhos providenciados pela cia. aérea). No nosso caso, Henry já era grande para caber nesses bercinhos e bem pesadinho para ficar 12 horas no nosso colo. 

Não, não torne seu voo um inferno. 

Se puder, como fizemos, gaste um pouco a mais e compre uma passagem "inteira" para ele, pagando tarifa de criança, que em média custa 75% do valor da tarifa do adulto. Vai gastar mais, claro, mas vai ter muito mais conforto. Isso porque dessa forma a criança ocupará um assento. Nós pegamos uma fileira de 3, eu na janela, Henry no meio e a Dri na ponta....durante a noite Henry deitou no colo da mãe e esticou as perninhas sobre mim e dormiu que foi uma beleza. E nós não tivemos de suportar o peso dele em nosso colo.

Uma dica: leve o carrinho do bebê consigo no aeroporto, até a sala de embarque. Não despache ele no check-in. Você ficará com ele disponível por mais algumas horas antes do embarque e, nessa hora, basta entregá-lo ao atendente...o carrinho será despachado dali mesmo, do portão de embarque, direto para o porão do avião. E assim que você chegar ao destino, ele será entregue com prioridade.

Ah, mais uma: não esqueça de levar consigo a bordo fraldas, mamadeira, chupeta (que é boa para pousos e decolagens), algum brinquedo e passa-tempo...comidinha....troca de roupa, remédios e outros apetrechos do pequeno (a).

Leve brinquedos e passa-tempos para seu pequeno se distrair durante o voo

Uma bela paisagem vista da janelinha do avião também serve como distração

Não esqueça do carrinho...ele é essencial para o sucesso dos passeios.

4) O hotel

Escolha sempre um hotel que tem atrativos para as crianças. Um bom playground, brinquedoteca...piscina aquecida...jardim. Não esqueça de solicitar o berço (ou caminha) e de informar sobre eventuais restrições alimentares da criança. 

Ainda com relação ao quarto, certifique-se de que não traz perigos ao baby, como um terraço mal protegido ou janela muito baixa, por exemplo.

Evite hotéis de cidade que sejam muito centrais e barulhentos, mas também não opte por um que fique muito distante das principais atrações que planeja visitar. Muitos e complicados deslocamentos estressam a criança. 

No nosso caso, como estávamos em pequenas aldeias dos Alpes, a tranquilidade e espaço eram sempre muito grandes, o que foi muito bom para o Henry. E tínhamos alugado um carro, então mesmo os deslocamentos mais demorados não foram problema (em muitos deles, nosso pequeno aproveitava para tirar uma soneca e recuperar as energias).

Procure por hotéis que tenham uma boa área para recreação infantil. 

Hotéis com animais são muito recomendados
para quem viaja com crianças pequenas.

5) Vovó & Vovô

Aqui uma super dica para aqueles que têm condições de viabilizar...leve a vovó e o vovô da criança junto. 

Meus pais foram! A melhor coisa que fizemos...primeiro, pela simples companhia deles, sempre muito prazerosa. Segundo, pelo fato de podermos contar com a experiência deles, seja nos países que escolhemos (estavam "em casa"...meu pai, italiano...minha mãe, alemã) como no trato de crianças pequenas (afinal você sobreviveu a eles, não foi?). Em terceiro lugar, om mais pessoas podíamos "dividir" mais as tarefas de cuidar do Henry. E para eles, claro, a felicidade de viajar com o neto.

Felicidade do Henry de ter o vovô (nono) e a vovó (Oma) por perto, na viagem...
e felicidades deles, de poderem compartilhar com o netinho.
Seja em um passeio por Riva de Garda (foto 1),
no playground da montanha (foto 2), na charrete, nos Dolomites (foto 3),
no bondinho (foto 4) ou no passeio pelos campos de Berchtesgaden (foto 5)

6) Alimentação

Não foi problema para nós, e olha que o Henry sempre foi chatinho nesse aspecto, desde muito pequeno. Em todos os hotéis e restaurantes que fomos, havia sempre opções de pratos infantis. E ele, como amante de batata frita, fez a festa por lá...rssss. Mas é importante você se certificar que o hotel e os locais a serem visitados possuem certa estrutura para atender crianças pequenas neste quesito. E você sempre pode levar na mochila um lanchinho que ele gosta.

Nos restaurantes dos hotéis, geralmente mais formais, peça preferencialmente uma mesa mais afastada. Crianças choram, gritam, fazem barulho, e você não vai querer se sentir mal com olhares tortos de estranhos, vai? Então quanto mais "escondido" estiver, melhor....para a privacidade de vocês e para o ambiente como um todo. 

E por falar nisso, uma dica legal que usamos muito em nossa viagem para distrair o Henry durante as refeições...vídeos no celular. Sei que o aparelho não é recomendado para crianças pequenas (nem as grandes e nem os adultos, prá falar a verdade), mas em ocasiões especiais como esta, foi muito útil.

Se a comida é boa, e o lugar bonito, nada vai impedir vocês de terem ótimos momentos a mesa...mesmo com o pequeno junto.

E quem resiste a uma boa pizza italiana? rsss

Que criança não gosta de salsicha, né?

Um cadeirão, um brinquedo, mamadeira e pronto, tudo resolvido.

Hmmm grissini...

Se o pequeno estiver inquieto à mesa, cerveja nele...rssss...brincadeira hein gente!

7) Os passeios

Museus? Esqueça! Só se um ficar do lado de fora com a criança e o outro for passear lá dentro.

Festas, shows, restaurantes barulhentos...locais muito lotados...evite! 

No mais, eu diria sem restrições. Nas grandes atrações há sempre uma estrutura bem montada e em muitas delas você poderá entrar com prioridade por causa da criança. Se seu pequeno(a) vai gostar da Torre Eiffel ou do Big Ben? Não vai nem ligar...rsss...mas que vai ficar lindo nas fotos para recordação futura, ah isso vai...rssss

No nosso caso, demos sorte. Henry adorou a região das montanhas! Principalmente pelo fato de ter muito espaço para se movimentar livremente...nada como os campos dos Alpes! Ele corria, se jogava na grama, cheirava as flores, colecionava pedrinhas, se divertia correndo atrás das borboletas...e principalmente, por ser fanático por água, ficava feliz da vida com qualquer poça da chuva, laguinho, riozinho...fonte...e tudo mais. Chegou a virar atração na cidade de Merano, pulando sem camisa entre jatos de água que jorravam do chão em uma praça local....muita gente parou para assistir, rir e até fotografar.

E na Europa tem uma grande vantagem! Tem sempre um belo parquinho por perto, onde quer que você esteja. Inclusive lá, no meio das montanhas dos Alpes...você anda pela trilha, anda, anda e anda....acha que está no meio do nada...e de repente, no meio desse nada, você encontra um restaurantezinho típico...e um lindo playground ao lado. 

E por falar nisso, você deve planejar passeios que agradem a vocês (adultos) e intercalá-los, na medida do possível, com atividades para as crianças. 

Quer andar de jet-ski na praia? Ok, claro! Mas depois não esqueça também de dar uma volta de pedalinho com seu pequeno (a)...rs

Os campos floridos dos Alpes foram o lugar perfeito para que o nosso Henry pudesse ter liberdade durante a viagem.

Os parquinhos são um show a parte na Europa.

O caminhãozinho e a pazinha não eram do Henry...estavam lá, a disposição das crianças que iam brincar no parquinho...se fosse no Brasil....

Choveu? Sem problemas...as poças d´água podem ser uma ótima diversão
para as crianças pequenas.

Ah as fontes...esse moleque é viciado em água...rsss

Passeios de barco e pedalinho são sempre uma boa pedida
para alegrar as crianças

Andando de "rodelbahn" com o papai
( clique aqui e veja post sobre este grande barato dos Alpes)

8) Imprevistos

Como dito antes, acontecem....com ou sem criança pequena junto. 

E conosco, claro, aconteceram também. Nos primeiros dias da viagem, Henry ficou resfriado....nada demais, sem preocupações....farmácia tem em todo lugar...kkkkk

O carro que alugamos era menor do que o solicitado e quase que nossa bagagem não coube dentro...culpa do Henry? Não, claro..rssss. 

Ao tentar arrastar uma mesa de vidro no quarto do hotel, para que o Henry não batesse a cabeça na quina, acabei trincando a mesma ... culpa do Henry? Não, claro ... culpa do tonto aqui...rsss...mais tonto ainda quando foi informado pelo hotel de que era uma mesa de cristal...hahaha....resultado? 350 Euros a menos na conta...rsss

Mas o maior perrenguem mesmo aconteceu já nos dias finais da viagem. Estávamos almoçando em um pequeno restaurante em um lugar afastado da cidade, lá nas montanhas....tudo lindo e maravilhoso, sol, céu azul, picos nevados, comida boa....natureza em seu estado mais esplêndido! Eis que a Adriana decide descer no escorregador do parquinho local, com Henry no colo....perigo? Nenhum, claro...um simples escorregador em curva, com a mãe segurando...tranquilo! 

Só que não..rssss...ao fazer a curva, Henry se soltou um pouco da mãe, pouca coisa, mas suficiente para prender o pesinho e torcê-lo....e suficiente para deixar o papai aqui, em pânico ... rsss ... enquanto Henry berrava de dor, o paizão aqui dirigia em estado meio desesperado em busca de....primeiro uma cidade...e depois de um hospital...rsss. 

E aqui vai o fato tranquilizador: sempre tem uma cidade por perto, por menor que seja. E por menor que seja, sempre tem um hospital lá (e dos bons). Pronto, Henry devidamente atendido, nada de mais grave, apenas uma leve torção....raio-x, consulta e hora de pagar a conta.....na hora nem me lembrei do seguro de viagem, já fui logo tirando a carteira para pagar pelo atendimento...e a mulher da recepção, como que estranhando muito minha pergunta "quanto custa?", responde calmamente: "nada, claro!"

Coisas de país civilizado....hospital de primeira em cidade pequena, atendimento de qualidade e...sem custo algum. E ao retornarmos ao Brasil, ainda recebemos uma carta do hospital desejando que nosso pequeno estivesse bem...dá para acreditar?

É por essas e outras que reafirmo, não tenha receio de viajar com criança pequena. Você vai se divertir muito, vai aprender muito e passar por situações engraças (e outras nem tanto, mas o que vale é a experiência adquirida). 

E vai guardar a viagem para sempre em sua memória. Seu pequeno? Bom, ele não vai lembrar de nada, mas vai pelo menos poder curtir as fotos e vídeos mais tarde, quando crescer...e se divertir muito com isso!



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