Um safári na África...mas cadê os bichos?

17/07/2018

Gostaríamos de ter tido essa interação com os animais vista na imagem acima, mas infelizmente a sorte não nos acompanhou neste safári.

Sempre bato na tecla aqui no blog de que viajar traz, quase sempre, muitas surpresas. E que nem todas, claro, são boas ou, sendo menos ranzinza, tão boas quanto imaginávamos. Faz parte do jogo e deve ser levado na esportiva.

Dentre esse tipo de experiências "negativas" a que mais me irrita é pegar chuva exatamente naquele lugar que você mais queria conhecer, aquele em que o sol e o céu azul tinham de estar presentes de qualquer jeito...rsss. Mas com São Pedro não tem como, ele sempre resolve aprontar alguma nas viagens, não é verdade?

O jeito é se conformar...uns conseguem mais, já outros, como eu, menos. Tenho vontade de explodir de raiva...hehehe

Mas o tempo ruim é apenas um dos fatores que podem "micar" parte da sua viagem.

Em 2010, por exemplo, viajamos para a África do Sul e Ilhas Maurício.

Aliás, já que estava falando do tempo, apelidamos Mauritius (o nome em inglês) "carinhosamente" de "Chuviscus". Chovia o tempo todo, nunca vi igual...rs...ainda bem que entre uma chuva e outra saía o sol e podíamos aproveitar. Mas era botar um sorriso no rosto pelo sol brilhando e lá vinham novas nuvens carregadas, e dá-lhe água.

Já na África do Sul tivemos melhor sorte e o sol se fez presente na maioria dos dias. Adoramos Cape Town e os passeios que fizemos pela região - mas a chuva apareceu, obvio, justo naqueles momentos indevidos...quando estávamos no Cabo da Boa Esperança e quando subimos a Table Mountain de bondinho. Aliás, subimos duas vezes, porque nesta primeira, com chuva, não se enxergava um palmo á frente do nariz.

Dois dias de nossa estada por lá foram reservados para um deslocamento de carro até uma reserva natural, onde faríamos o tão sonhado safári. A reserva, chamada Sanbona, fica a cerca de 230 km de Cape Town, em um trajeto cheio de belas paisagens e percorrido em cerca de 3 horas.

Estávamos muito ansiosos por esta etapa da viagem e com as expectativas lá em cima.

Nosso coração acelerou quando o motorista passou pelo portal de entrada do parque e começamos a atravessar parte dele por uma estradinha de terra batida, em direção ao hotel onde passaríamos a noite. Olhos atentos para todos os lados buscando, mesmo antes da realização do primeiro safari propriamente dito, alcançar algum dos famosos animais locais. Mas infelizmente, nada!

A imensidão dessa reserva impressiona!

A paisagem era bastante seca, repleta de pequenas elevações. Logo chegamos ao hotel, ou melhor, lodge. Seu nome: Sanbona Dwyka Tented Lodge.

Localizado em um pequeno vale com morros baixos à sua volta, o local é um charme só!

Tem uma construção principal, onde ficam a recepção e o restaurante, e diversas "cabanas" ao melhor estilo Indiana Jones...rs. Mas não, não são cabanas simples e com pouco conforto como pode se supor. Muito pelo contrário! Elas tem sim formato de cabanas, mas com todos os luxos de um hotel 5 estrelas! Quartos super amplos e com todos os mimos que se tem direito, incluindo um delicioso deck (terraço) com uma pequena piscina privativa. Uau, ficamos encantados assim que entramos!

O lugar, claro, respira tranqüilidade. É um silêncio delicioso, só quebrado apenas vez ou outra com a chegada e saída de algum jipe que faz os passeios pela região. No mais, muita paz e um certo frio na barriga por saber que você está dentro de uma reserva, casa de diversos animais selvagens. Juro que tivemos um certo receio na primeira vez que saímos da cabana para irmos até o prédio principal...era uma caminhada de 50, 100 metros no máximo, mas fizemos o trajeto meio apreensivos....será que não vai surgir nenhum leão por aqui? Hehehehe.

O espetacular Lodge encravado no pequeno vale em Sanbona.
Note as cabanas dispostas pelo terreno

O restaurante do hotel...

...e o luxo das cabanas. Aqui, o deck com pequena piscina privativa...

...e aqui, o interior super confortável. Um show!

Dri no terraço do prédio principal do Lodge...
esperando a chegada do jipe para nosso primeiro safári.

Depois do almoço no restaurante do hotel fomos nos aprontar para o primeiro safári, que sairia no final da tarde (são sempre feitos no começo da manhã e final da tarde). Com o coração a mil, vimos chegar o nosso jipe. Hora de embarcar e vivenciar uma das mais emocionantes experiências de nossas vidas!

O jipe era grande e além de nós havia cerca de 6 outros turistas. Partimos....o jipe atravessou um trecho na estrada de terra, passou por um morro e logo a imensa reserva se abriu à nossa frente, com terras a perder de vista. O guia nos explicou logo que o parque ocupava toda aquela área, até lá no fundo, onde o horizonte tocava o céu azul.

Não demorou muito e saímos da estrada de terra principal, adentrando literalmente no habitat dos tão aguardados animais. Os mais desejados, claro, eram os famosos "Big Five" - leão, leopardo, rinoceronte, elefante e búfalo. Além, pelo menos no meu caso, das girafas (que sempre me encantaram muito).

O guia e seu assistente usam diversas técnicas e tecnologias para localizar os animais e levar os turistas ao seu encontro, mas pedem também que os olhos dos turistas, sempre atentos, os informem se virem algo. E logo no começo eu avistei, ao longe, o longo pescoço de uma girafa. Devidamente avisado, o motorista colocou o jipe na rota para onde eu tinha visto o animal...mas quando chegamos perto, nada! Mas eu vi, juro que vi!

Eu vi uma girafa lá atrás daquela árvore, eu juro....mas quando chegamos lá, cadê a bendita? rssss...esta imagem abaixo, dá para deduzir,
foi tirada em outra ocasião, não durante o nosso safári.

Ok, sem problemas, o passeio estava apenas começando, certamente teríamos diversas outras oportunidades. E lá vamos nós parque adentro....e andamos, subimos, descemos....subimos de novo, descemos mais uma vez...atravessamos trilhas, cruzamos rios...e até então, o que vimos foi apenas a paisagem seca do local (bela, por sinal). Mas bicho que é bom, nada!

Já um pouco decepcionados com a dificuldade, renovamos nossas esperanças quando avistamos finalmente os primeiros bichos...não eram ainda aqueles mais aguardados, mas mesmo assim foi muito bacana ver de perto o primeiro bando de "Springbocks" (espécie de cervo) e, depois, de zebras.

O Springbock...

...e a zebra....esses nós vimos!

Para quem acha que é o mesmo que estar em um zoo, não, não tem nada, NADA a ver. A sensação de vê-los em seu ambiente natural, livres e soltos, é indescritível, mil vezes melhor que no jardim zoológico. Mesmo que ainda não sejam os grande animais que buscávamos. E que seguimos buscando...e buscando...e buscando...mas sem sucesso.

Rodamos quilômetros e mais quilômetros e "neca de pitibiriba"...hehehe. Começou a anoitecer, o jipe parou no alto de um morro, onde pudemos observar um lindo por-do-sol com direito a champanhe e alguns quitutes.

Vimos até algumas chitas (parecida com a nossa onça), mas estavam longe. E o ambiente já escuro do início da noite também não permitiu que as enxergássemos bem. Paciência, hora de voltar ao hotel para jantar. Na manhã seguinte, um novo safári nos aguardava e com esperanças renovadas de finalmente encontrar o que procurávamos.

A bela Chita. Não a vimos assim, como na imagem abaixo.
Já estava escurecendo quando a vimos, de longe.

O lodge ao cair da noite foi outro show a parte, é impressionante como você sente a força da natureza em um lugar desses! E o jantar, vejam que legal, foi ao ar livre, com fogueira e tochas. Debaixo de um céu estrelado como nunca tinha visto antes. Demais!

Foto do espaço onde é servido o jantar ao ar livre. Uma experiência memorável!

Dormimos muito bem no conforto da nossa cabana, sem antes, claro, se certificar que tudo estava devidamente trancado. Queríamos ver o leão no safári, mas não no nosso quarto...hahaha...ah essa gente da cidade tem cada uma....rssss

A manhã seguinte nos presenteou com mais um lindo show da natureza, com o sol nascendo no meio daquela imensidão. Pegamos o jipe logo cedo e partimos para o segundo, e último safári da viagem, com direito a pausa para café da manhã tipo pic-nic. Fantástico!

Começa mais um safári. Será que dessa vez veríamos alguns dos Big Five? Quem sabe o raro leão branco, uma das maiores atrações de Sanbona...

..ou o elefante! Mas não, novamente ficamos apenas na vontade!

Mas novamente a sorte não se fez presente e o leão, elefante, girafa, búfalo iam ficando cada vez mais na vontade, e inacessíveis. Pena! Rodamos e rodamos mais e mais, e nada além de alguns cervos, zebras e outros animais pequenos...já quase no final, ganhamos um pequeno (mas muito apreciado) presente, ao finalmente avistarmos um dos grandes animais da reserva, o rinoceronte. Nosso jipe parou ao lado de um grupo com alguns deles e foi incrível. Mas ao mesmo tempo nos fez pensar como teria sido ainda mais incrível se tivéssemos visto também os outros...mas não vimos. Pena!

Aliás, aqui cabe um parêntesis. Sanbona se gaba por ser uma reserva genuinamente natural, "diferente" das mais famosas e visitadas, onde há mais chances de ser ver e interagir com os animais. Sanbona é, segundo os guias locais, a savana verdadeira, sem retoques! Daí talvez se explique a maior dificuldade de se ver os animais, imagino.

Resultado final: fizemos dois safáris na África e praticamente não vimos bicho algum!

Decepção? Sim, claro!

Mas como disse, viagens sempre estão sujeitas a contratempos e pequenas decepções. E mesmo que aconteçam acabamos, no geral, quase sempre aproveitando bastante. E no nosso caso não foi diferente. Guardamos ótimas memórias dessa viagem à África do Sul e Ilhas Maurício e, inclusive, também dos dois dias na Reserva Sanbona. A experiência lá poderia ter sido mais completa? Sim! Mas mesmo assim, posso garantir que foi memorável!

E um dia quem sabe, com mais sorte, tenhamos a oportunidade de experimentar um novo safári africano. Cheio de leões, elefantes e tudo mais!!!

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