Ué, as tarifas aéreas não iam cair?

19/05/2018

Quando criou a TAM, o Comandante Rolim, endeusado por muitos, criou os 10 mandamentos que deveriam pautar a empresa. E o primeiro deles, lembro bem, era "Lucro acima de tudo"!

Quando uma empresa aérea, e neste caso incluo a maioria delas, busca em primeiro lugar apenas o lucro, algo está muito errado. Não deveria, por exemplo, haver neste ramo uma prioridade absoluta pela segurança e eficiência operacional, antes de se pensar no dinheiro?

Fato é que o dinheiro segue sendo prioridade em um numero cada vez maior de empresas aéreas, em detrimento, muitas vezes, da qualidade dos serviços oferecidos. Não que seja errado buscar o lucro, claro, afinal este é o objetivo de todos. O que questiono é a busca desesperada dele, atropelando outros elementos importantes na cadeia da prestação dos serviços - a satisfação do cliente, por exemplo.

Recentemente assistimos no Brasil a implantação da política de cobrança por bagagens despachadas, sob a esfarrapada argumentação de que isso reduziria o preço médio das passagens.

A controversa política foi adotada e, claro, as tarifas seguem nos mesmos índices de antes. De acordo com diversos estudos, o valor das tarifas não caiu e o passageiro, cada vez mais penalizado, segue pagando o mesmo valor na tarifa e, de sobra, pagando um extra para despachar suas malas!

Há, claro, exemplos de promoções pontuais onde as cias. aéreas disponibilizam tarifas muito atrativas, nada porém diferente do que já vinha sendo adotado até então. E vale lembrar que essas mega ofertas são, na maioria das vezes, válidas apenas em pequeno percentual dos assentos ofertados, e em voos e rotas restritas.

Viajei semana passada com a GOL para Salvador, utilizando pontos do meu cartão de crédito. Fosse pagar pela tarifa, teria optado por alternativas mais baratas que a laranjinha - o valor da tarifa naquela data era mais alta na GOL que na Avianca, por exemplo, que oferece um serviço melhor.

Tenho de atestar que em geral os serviços da GOL melhoraram. Os aviões são novos, a cabine renovada. Wi-fi a bordo, tripulação cordial e outros pequenos detalhes tornam seu produto, hoje, bem superior ao de anos atrás. Mas mesmo assim, o $$$ segue falando mais alto, na verdade, gritando mais alto.

Paga-se por tudo, despacho da bagagem, lanches mais consistentes, reserva de assentos, reserva de assentos com mais espaço e o serviço de wi-fi, obvio, é cobrado também. Os assentos "normais" são terrivelmente apertados. Quer mais espaço, pague a mais! Ou melhor, quer um espaço decente, que deveria ser a regra, pague a mais para utilizá-lo como exceção.

É, definitivamente a aviação perdeu seu charme. E o conforto e bem-estar do passageiro que se dane...a não ser, claro, que ele pague a mais!


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